Padilha na Saúde intensifica disputa entre PT e Centrão pelo comando da SRI; confira os cotados

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Padilha na Saúde intensifica disputa entre PT e Centrão pelo comando da SRI; confira os cotados

Nos bastidores, siglas alinhadas ao Planalto apostam que a articulação política segue sob comando petista

Os cotados para substituir Padilha, da esquerda à direita: José Guimarães (PT-CE), Isnaldo Bulhões (MDB-AL), Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e Gleisi Hoffman (PT)-PR) - Montagem/CartaCapital/Vinicius Loures e Bruno Spada/Câmara dos Deputados/Antônio Cruz/Agência Brasil

Porto Velho, RO - O retorno de Alexandre Padilha (PT) ao Ministério da Saúde neste terceiro mandato de Lula intensificou uma disputa que há muito ocorria nos bastidores entre integrantes do PT e partidos do Centrão pela chefia da Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela interlocução do Planalto com o Congresso Nacional.

A transferência petista para a pasta, ocupando o lugar de Nísia Trindade, anunciada na terça-feira, é o primeiro ato de uma reforma ministerial que Lula deve fazer neste primeiro semestre.

De acordo com auxiliares, o presidente ainda não bateu o martelo sobre quem substituirá Padilha e tem ouvido conselhos de aliados. Nos últimos dias, por exemplo, conversou com o empresário Walfrido Mares Guia, ministro de seu governo em 2007. Interlocutores ouvidos por CartaCapital apostam que o nome do novo ministro será anunciado apenas depois do Carnaval.

Nos bastidores, siglas alinhadas ao Planalto não descartam que a articulação política continue sob comando petista, por considerá-la uma área da confiança do presidente. Aparecem bem cotados o deputado federal José Guimarães (CE) e o senador Jaques Wagner (BA), líderes do governo na Câmara e no Senado, respectivamente.

O nome da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, também é ventilado, mas integrantes do partido acreditam que este cenário é mais remoto e esperam que ela seja escolhida para substituir Márcio Macêdo na Secretaria-Geral da Presidência.

Lula buscou Wagner nos últimos dias para conversar sobre o tema, embora interlocutores de ambos neguem que o encontro tenha sido para discutir apenas o futuro da SRI. Procurado por CartaCapital, o senador baiano não comentou o assunto.

O que quer o Centrão

Entre cardeais do Centrão, defende-se que a articulação política seja cedida ao atual ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (PE). Silvinho, como é conhecido, é filiado ao Republicanos, mesmo partido do chefe da Câmara, Hugo Motta (PB), e poderia contribuir no diálogo com a Casa, na avaliação dessas fontes. A aliados, o pernambucano disse rejeitar essa possibilidade.

Seus interlocutores no Congresso atribuem a resistência ao que consideram “esvaziamento” da pasta. Sob Padilha, a secretaria foi escanteada pelo próprio governo em meio à resistência de Arthur Lira (PP) em conversar com o petista. À época, o deputado alagoano chamou o petista de “incompetente” e cortou qualquer canal de diálogo com ele.

Independentemente de qual partido abocanhará o ministério, uma avaliação é recorrente: é preciso dar uma guinada no diálogo com os congressistas. Grande parte das críticas feitas pelos parlamentares desde o início do governo Lula diz respeito ao que consideram falta de compromisso com acordos firmados no Parlamento.

Sob reserva, dezenas de deputados mencionam situações em que Padilha prometeu solucionar suas demandas, mas não cumpriu a palavra. Foram esses casos que, segundo os congressistas, provocaram uma “quebra de confiança” na SRI. Ou seja: a simples troca de comando na pasta seria insuficiente para modificar essa percepção entre os parlamentares.

Fonte: Carta Capital

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