Demandas são discutidas durante encontro que continua na tarde desta terça-feira (25)
As Caravanas Participativas são o mecanismo adotado pelo Governo Federal para ouvir diretamente da população as demandas relativas à juventude negra. Ao todo, serão realizados 27 encontros em todas as capitais das unidades federativas para uma escuta atenta às necessidades da sociedade. As visitas às capitais brasileiras tiveram início em abril, sendo Porto Velho a 12ª capital atendida pela Caravana.
“Eles têm uma metodologia de levantar demandas em várias áreas, de saúde, educação, empregabilidade, cultura, ouvindo problemas e também as soluções e com isso vai se construindo esse plano. Os jovens levantarão esses problemas e a solução. Então, dentro desses problemas e soluções, vai ser encontrado um termo comum para de repente elaborar um programa nacional, repassar recursos junto à prefeitura para sanar esse problema”, explicou Elsie Shockness, assessora de gestão de Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Assistência Social e da Família (Semasf).
Mas não só isso. Larissa diz que “falta chegar também nas escolas, que os estudantes também tenham contato com a realidade do Estado na formulação e na efetivação de fato dessa política pública e acho que a grande questão é como essa política pública chega realmente aos territórios, porque nós estamos no processo de formulação, mas a gente precisa reivindicar com um corpo organizado de jovens, de movimentos de negros e negras no estado que empurrem para que essas políticas públicas sejam efetivas de fato”, declarou a participante.
O Plano Juventude Negra Viva está sendo construído através de uma parceria da Secretaria-Geral da Presidência da República com o Ministério da Igualdade Racial, por meio da Secretaria Nacional de Juventude. O objetivo é formular as políticas públicas de enfrentamento à violência contra a população jovem e negra. Um dos principais focos do plano é a redução da letalidade entre jovens negros de todo o Brasil.
Nesta terça-feira (25), as atividades da caravana se concentram novamente no auditório do Centro Jorge Andrade para a discussão das demandas levantadas no primeiro dia, já divididas por eixos temáticos como saúde, cultura, território e meio ambiente. Ao final dos dois dias de caravana, um documento deve ser elaborado contendo mapeamento das demandas, quanto das propostas das soluções colocadas pela própria juventude negra no segundo dia.
“O grande objetivo é a gente conseguir concatenar aquilo que é convergente e a gente conseguir dar visibilidade às especificidades. Então, a necessidade de a gente passar em cada localidade e dar visibilidade às especificidades, às territorialidades dessa juventude negra que é tão diversa. Esses documentos estão sendo trabalhados pelo Grupo de Trabalho Interministerial instituído pelo decreto assinado pelo presidente Lula em março. A nossa ideia é que o grupo de trabalho, que é composto por 16 pastas ministeriais, possa se debruçar nesse documento e analisar aquilo que, de alguma forma, é de âmbito do Governo Federal. Pensar em termos de políticas locais e fazer a elaboração desse plano, que tem previsão de lançamento no dia 20 de novembro” concluiu Laís Helena de Queiroz, coordenadora de Política de Combate e Superação do Racismo no Ministério da Igualdade Racial.